Calmaria - Silvestre Kuhlmann





Um barco na tormenta,
Um grande temporal,
Não lhe atormenta.
O que lhe pode fazer mal?
Descansa!
Os seus dizem: Atenta!
Achas isso normal?
A ventania aumenta;
Não temes a morte, fatal,
Que avança?
Seu despertar alenta:
Repreende o vendaval,
O mar, ele acalenta
Com autoridade tal.
Bonança!
O Mestre se lamenta:
"Não tendes fé vital?
A timidez violenta
Faz esquecer leal
Aliança."
Neles temor se assenta
Pois não há nada igual
A quem tudo apascenta
E a profundeza, abissal,
Amansa!

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